quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Novos artigos sobre Dooyeweerd

Além do artigo de Fabiano Oliveira sobre Dooyeweerd, acrescentei um outro de minha autoria, escrito como a introdução editorial de uma obra de Dooyeweerd que o Rodolfo e eu acabamos de traduzir do inglês: "No Crepúsculo do Pensamento Ocidental: Ensaios sobre a Pretensa Autonomia do Pensamento Teórico".

Recomendo-o especialmente para os inscritos em nosso 2 Ciclo de Palestras L'Abri-Aket.

O livro aguarda publicação, mas a introdução está disponível aqui.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Para Saber mais sobre Dooyeweerd

Aproveito o espaço para recomendar o II Ciclo de Palestras L'Abri-Aket sobre o tema "Uma Resposta Cristã à Crise Intelectual do Ocidente"

A série de seis palestras com discussões será efetivamente uma introdução ao pensamento do filósofo evangélico Herman Dooyeweerd, com base em seu livro "In the Twilight of Western Thought" que nós traduzimos recentemente. Os inscritos terão acesso ao texto da tradução.

Para mais informações sobre o evento, confira no Blog do L'Abri:

http://labri-brasil.blogspot.com/

Para quem quiser saber mais, recomendo o excelente artigo de Fabiano Oliveira, professor da Universidade Mackenzie e nosso companheiro na aket. O artigo está disponível no site da revista Filosofia Reformata e também em meu site (clique aqui).

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Novas Palestras L'Abri em MP3

Caros leitores,

apesar do significativo atraso, parte das palestras da Conferência L'Abri 2008 (Comunidade & Espiritualidade) já está disponível online, assim como outras palestras oferecidas nos últimos retiros temáticos do L'Abri. Em breve disponibilizaremos novos mp3!

Para acessar as palestras, clique AQUI.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Pequena Homilia Anti-Libertária


O texto abaixo é um trecho de um capítulo do livro "Cosmovisão e Transformação II", com lançamento previsto para 2009



Soberania
: inicialmente, como o expôs Kuyper, um conceito simples e intuitivo. Soberania é o direito de impor a própria vontade. O direito de exercitar a liberdade, nesse sentido; mas de causar, no exercício da liberdade, uma limitação da liberdade. E desde seu direito ao poder, a liberdade de exercitá-lo para bloquear toda resistência a si. Nesse sentido, sim, Deus é a fonte de todo o poder. O Deus Trino é o Soberano absoluto, detentor do direito e das energias necessárias para fazer cumprir a sua vontade.

Como poderia ser diferente? Há quem pense hoje que tal noção de Soberania divina seria um reflexo de patriarcalismo, ou uma fonte de intolerância e violência, ou fruto de uma sensibilidade religiosa doentia, fundada no medo ou no sentimento de culpa.

Não seria possível demorarmo-nos agora no debate com uma ou outra dessas correntes. Um tratamento justo às teontologias libertárias, que tentam construir uma divindade mais frágil e dialógica, a bem de uma atualização da pregação cristã, exigirá outro artigo.

Não obstante é justo, aqui e agora, denunciar a um modo homilético o seu etos, o seu impulso fundamental. Pouco esforço é preciso para reconhecer-lhe a fonte: um respeito humano desmesurado. Que perversa doutrina pretenderia arrancar das mãos do Senhor o seu cetro, puxar as suas barbas e fazê-lo dobrar-se diante de sua criatura, senão o nosso bom e velho humanismo secular? Já conhecemos essa história; aumentar o espaço da liberdade humana à custa de reduzir o espaço da soberania divina.

Ora, que estratégia mais tola poderia ser criada? Se chegamos a empregá-la, é porque já perdemos o contato com a realidade. Um deus que possa ser posto a par com o homem, que tenha que se por de pé para ceder-lhe o assento já é um nada, um outro do seu tipo. Nem o milagre da encarnação do verbo redimiria esse maquinismo teológico.

E bem a propósito: somente uma terrível confusão poderia levar um homem a entender que, na encarnação, Deus se tornou humano. Deus nunca foi, não é e jamais será humano. Deus é divino, não é uma criatura. Não pode se transubstanciar em uma criatura. Jesus, o Logos, Deus de Deus, Luz de Luz, era Deus e criatura simultaneamente; mas a sua criaturidade não se tornou em divindade, nem a sua divindade se tornou em criaturidade. Ele era ambos, Criador e criatura, unidos em uma pessoa, sem confusão nem mistura de substâncias.

Mas o humanismo, agora em nome da piedade evangélica, deseja tornar o Leão em gato; criar um pobre deus que vamos abrigar em nossas casas, por piedade – assim o são as divindades das mais variadas formas de teologia libertária, que repetem teimosamente o erro de separar Natureza e Graça, de criar um vácuo de ação divina para dar livre arbítrio e “responsabilizar o homem” elevando a dignidade divina pelo dúbio expediente de livrar-lhe do mal a cara.

Para se achegar ao homem, Deus não deixa a sua divindade. O infinito, por condescendência, se acomoda à finitude, mas não deixa nem por um momento a sua infinitude original, pois “nem o céu, nem o céu dos céus o podem conter”: finitum non capax infiniti. O amor e a condescendência de Deus para conosco não se realizam à custa de sua Soberania e de seu Poder sobre todas as coisas. Não deixa Ele o seu Trono para encher de fumaça o seu templo. Nem assume o corpo infantil calando a Palavra que a tudo sustenta. Nem forma Ele a liberdade humana por meio de uma ausência, de uma limitação de sua Soberania, de um vácuo de presença divina; pois “nele vivemos, nos movemos e existimos”. O Altíssimo está mais perto de nós do que nós mesmos, e não criou a liberdade humana como um poder autônomo em relação a Ele. Antes, é a Soberania divina o fundamento supremo da liberdade humana.

Mas, como Schaeffer tantas vezes nos advertiu, a natureza, deixada autônoma, “devorará a graça”. É o mais fatal dos erros tentar garantir a liberdade humana reduzindo o espaço de Deus e de sua Soberania, postulando um universo opaco, vazio da divindade, “secular” e entregue ao arbítrio humano. No fundo desse poço de respeito à dignidade e à responsabilidade humana há uma serpente matreira.

Há quem pense seria bom para o movimento de Missão Integral no Brasil adotar uma ou outra versão libertária da divindade, como se expandindo o campo da iniciativa humana, os cristãos viessem a se tornar menos passivos, sentindo-se mais necessários a seu pobre Senhor e aos pobres pecadores. Ledo engano. Se nos tornarmos mais missionais, mais ativos e mais responsáveis apenas porque temos um senso elevado de nossa autonomia humana, de nossos poderes de intervenção, de nossa capacidade de romper as determinações históricas, eu pergunto: de quem será a glória?

Essa expectativa já denuncia a ruína espiritual em que estamos metidos. Deus já não nos move. Desprezamos o Deus da Bíblia – aquele Deus poderoso, terrível, Soberano, Juiz, Salvador – nossa sensibilidade, nosso senso de adoração, nossa reverência e nossa abertura para a transparência do mundo se perdeu. Vivemos num universo opaco, relativístico, sem profundidade espiritual e sem Lei. O que nos resta? Exaltar a autonomia humana para fazer a Missão Integral andar no Brasil. Que fracasso miserável. Melhor nos seria amarrar no pescoço uma pedra de moinho. Ou pior: retroceder de vez para a semi-extinta teologia da libertação.

Não, sejamos progressistas! Vamos progredir de volta. De volta à visão clássica de Deus, sem a qual as nossas idéias sobre a natureza da Soberania não passarão de versões carolas do humanismo secular. Não há futuro no motim libertário. Pois a liberdade não é ganha pela ausência, mas pela presença de Deus.

sábado, 4 de outubro de 2008

Teologia da Prosperidade dá Prejuízo

O Igor Miguel me mostrou um comentário jóia na Time sobre a crise americana. O comentarista discorre sobre o impacto da teologia da prosperidade no envolvimento de milhares de americanos com a crise. Muito interessante. Veja aqui:

Foreclosures: Did God Want You to Get That Mortgage?

Doutrina ruim não faz mal só pra o coração não - faz mal pro bolso também... ;-P