Uma pérola que encontrei no Blog do Paulo Brabo. Imperdível:
http://www.baciadasalmas.com/2007/pra-que-servem-os-homens/
sexta-feira, 27 de março de 2009
A Ciência Precisa da Religião?
Já está disponível na "Plataforma" da Ultimato mais um artigo sobre Religião e Ciência traduzido por mim. É o Faraday Paper 2, por Roger Trigg, que traz reflexões bem interessantes sobre a articulação entre a crença em Deus e a ciência.
O FP 1 (O Debate sobre Religião e Ciência - uma introdução), por John Polkinghorne, está disponível na Plataforma também.
Os Faraday Papers são um projeto do Faraday Institute of Science and Religion, da Universidade de Cambridge. Para quem quiser, os originais em PDF estão disponíveis AQUI.
O FP 1 (O Debate sobre Religião e Ciência - uma introdução), por John Polkinghorne, está disponível na Plataforma também.
Os Faraday Papers são um projeto do Faraday Institute of Science and Religion, da Universidade de Cambridge. Para quem quiser, os originais em PDF estão disponíveis AQUI.
terça-feira, 24 de março de 2009
O "Besteirol na Ciência", o Cientificismo e o Senso Comum
Causou furor a coluna de Ruth de Aquino na revista Época, publicada na última sexta-feira (20/03).
Sob o título "O Besteirol na Ciência é Melhor do que no Senado" a jornalista lançou uma espécie de "ataque surpresa" à comunidade científica - ou, ao menos, assim ela foi interpretada por muita gente. É o que se pode deduzir das respostas imediatas nos comentários online e em alguns dos principais Blogs de ciência do Brasil.
Na verdade a jornalista não atacou a ciência diretamente, em nenhum momento. Em seu artigo ela meramente alistou uma série de experimentos científicos que aparentemente teriam pouquíssimo ou nenhum poder explanatório, como o caso de uma pesquisa sobre os benefícios de 15 minutos de recreio para o rendimento de crianças na escola ou sobre o poder de "genes gay" (supostamente responsáveis pela gentileza e pela sensibilidade) para atrair mulheres. Nesses e em outros casos tempo e dinheiro foram gastos para demonstrar fatos óbvios ao senso comum, ou para trazer resultados inúteis. Ao fim do artigo ela aponta uma de suas fontes: uma entrada da wikipedia sobre o prêmio "IgNóbel" - uma paródia do prêmio Nobel sobre pesquisas científicas "cômicas".
Mas a reação ao artigo foi vastamente negativa. Houve quem declarasse guerra à jornalista. Entre ameaças de patrulhamento e petardos virtuais alguns cientistas defenderam uma das pesquisas criticadas por Ruth em seu artigo - um grupo de cientistas da Universidade de Princeton "descobriu" que a visão de mulheres de biquíni desperta nos homens a mesma área do cérebro estimulada quando eles vêem objetos e ferramentas; e que a sua memória para corpos sexualizados de mulheres - sem os rostos - é mais ativa do que memória para mulheres vestidas ou homens. Ruth de Aquino seguiu a linha da reportagem na seção de Ciência do The Independent, "University of the bleedin' obvious", que também ridicularizou as obviedades da pesquisa.
Em defesa de seus colegas o editor de "Brontossauros em meu Jardim" - premiado Blog de ciência brasileiro, atacou o sentimento "anti-científico" da jornalista e defendeu a pesquisa de fatos aparentemente banais com o seguinte argumento: "o papel da Ciência é exatamente desafiar o nosso senso comum, que um péssimo parâmetro para se descobrir como funciona o nosso universo. Por essa razão, é necessário realmente testar o senso comum para ver se ele corresponde a realidade."
Um outro blogueiro cientista disse que a pesquisa não era tão trivial, afinal de contas, e que os resultados ao menos fortalecem a afirmativa de que o uso de mulheres seminuas em anúncios desumaniza as mulheres, "para além de achismos e senso comum (que podem ser contestados pelos cínicos de plantão)."
E com isso já temos fatos suficientes para levantar a questão: será mesmo que o papel da ciência seja essencialmente "desafiar o senso comum"? Cientistas precisam tomar muitas decisões antes de iniciarem uma pesquisa científica. E essas decisões que antecedem à prática científica, tanto temporalmente quanto logicamente, não são tomadas "cientificamente". Elas ocorrem no universo do malfadado "senso comum" - o mesmíssimo universo no qual se encaixam inclusive as manifestações iradas de alguns blogueiros científicos. A ciência não vive para desafiar o senso comum. Ela faz isso, muitas vezes, mas o senso comum é simplesmente o nosso habitat natural. A ciência é um útil parêntese dentro do senso comum; é uma ferramenta criada e manipulada pelo senso comum.
Pois bem: quero aproveitar o momento para defender exatamente o contrário do Blog supracitado: que precisamos sim de pesquisas como aquela de Princeton (discordando de Ruth de Aquino); só que não para substituir, mas antes para retornar ao senso comum - e ao conhecimento não-científico de um modo geral.
É inegável que os resultados da pesquisa em questão sejam uma evidência empírica que pode ser usada contra o setor publicitário, por exemplo, para defender as mulheres da desumanização a que elas são expostas todos os dias; e também são uma confirmação a mais da crítica cristã ao libertinismo sexual como um posicionamento destrutivo da dignidade humana. E em termos científicos apenas, precisamos concordar: a pesquisa não foi tão trivial. Ela levantou alguns fatos interessantes. Eu mesmo já penso em aproveitá-las para alguns fins não-científicos.
Mas é impossível não perceber quão pouco econômico é o irmão perverso da ciência, o cientificismo, expresso por alguns críticos da nossa jornalista. Para pessoas que assumem a inexistência de conhecimento seguro fora da demonstração científica, o senso comum e até mesmo a racionalidade moral parecem tão indignos de confiança que não podemos em sã consciência fundar neles as nossas decisões. E assim, testemunhamos essa horrível anomalia: que não tínhamos como combater o abuso do corpo feminino na mídia, até agora. Porque? Porque nos faltava o estudo dos pesquisadores de Princeton. Faltava a voz de um oráculo científico.
O cientificismo é viciado no que eu chamaria de desperdício doxástico. Ele precisa desafiar cada crença religiosa sem base empírica, cada preceito tradicional, cada valor social, cada intuição moral, cada arrazoado sobre comportamento, de um modo quase obsessivo. Para o cientificista, podemos sustentar opiniões morais - sobre a objetificação das mulheres no mundo publicitário, por exemplo - mas não poderemos considerar tais opiniões como verdadeiras, nem tomar decisões sérias com base nelas, até que sejam testadas empiricamente. Até lá, tais opiniões não passam de cismas feministas ou fundamentalistas.
E então a gente se pergunta: não fosse o cientificismo, com sua suspeita exagerada do senso comum, será que a tal pesquisa seria realizada só para dar "base empírica" ao óbvio? Talvez, se a filosofia, a teologia e a vovó fossem tratadas com menos ceticismo, sobrassem mais verbas de pesquisa para outros assuntos.
Ora, não é isso um maravilhoso exemplo do que nos disse o bom e velho Chesterton? "O louco não é um homem que perdeu a razão. O louco é um homem que perdeu tudo exceto a razão". Loucura é isso, ser profundamente rigoroso, preciso, movendo-se sempre em um círculo lógico perfeito mas perfeitamente minúsculo de demonstrações meticulosas. Pessoas normais não aguentam viver assim de modo consistente. É cognitivamente caro demais.
A modernidade criou uma sociedade neurótica, em que fatos morais conhecidos e até bem justificados pela filosofia, pela religião ou até pelos conselhos da vovó não podem ser assumidos e aplicados na esfera pública simplesmente porque se tratam de "valores" e não de "fatos científicos", ou porque isso despertaria a atenção das patrulhas céticas ou agnósticas do mundo acadêmico. Os modernos suspendem o juízo moral, mesmo quando já estão à beira da morte, só porque um paper decisivo sobre o assunto ainda não foi publicado. Prendem a respiração para evitar intoxicações não-científicas, como se cessar a respiração fosse uma coisa inócua.
Mas enfim, se pudermos convencer algumas pessoas a voltarem a respirar, está bem. Pesquisas sobre as bases neurológicas da moral, ou sobre os benefícios de certos valores na vida humana (para dar alguns exemplos) podem ser usadas por pessoas normais como evidências de que precisamos dar mais ouvidos ao senso comum, à sensibilidade moral, à filosofia e à religião.
Nesse caso, Ruth de Aquino está errada. Pesquisar o trivial pode ser útil quando não temos mais olhos para ver nem ouvidos para ouvir.
E ela não está errada somente por isso. Um grave perigo potencial no artigo da Época foi apontado por alguns cientistas: que estamos num país que investe pouco em ciência e não valoriza adequadamente os seus pesquisadores. Por esse ângulo, o artigo é um desserviço.
Quanto aos cientistas, eles estão certos quando defendem o dever da ciência de investigar o aparentemente óbvio e descortinar as sutilezas inesperadas da realidade; mas estão desorientados quando pretendem demolir e refazer o universo humano na base da prova empírica. Os erros da jornalista não chamarão mais a atenção do grande público do que a misantropia de alguns cientistas que se sentem atacados por dar pouco valor ao senso comum e ainda conseguem se enxergar dentro das críticas ralas de Ruth de Aquino.
Em suma, a jornalista da Época e os seus críticos estão certos e errados ao mesmo tempo, por razões diferentes. Talvez o imaginário de alguns cientistas precise mesmo de uma boa dose de senso comum, e eu diria mais - de filosofia e de conhecimentos não-científicos. Não para interromper a ciência, mas para levantar questões mais interessantes.
E talvez precisemos realizar essas pesquisas "triviais" não para substituir, mas para chamar a sociedade de volta à razão não-meramente-científica e ao senso comum. Afinal, é deste solo que nascem as boas questões.
Sob o título "O Besteirol na Ciência é Melhor do que no Senado" a jornalista lançou uma espécie de "ataque surpresa" à comunidade científica - ou, ao menos, assim ela foi interpretada por muita gente. É o que se pode deduzir das respostas imediatas nos comentários online e em alguns dos principais Blogs de ciência do Brasil.
Na verdade a jornalista não atacou a ciência diretamente, em nenhum momento. Em seu artigo ela meramente alistou uma série de experimentos científicos que aparentemente teriam pouquíssimo ou nenhum poder explanatório, como o caso de uma pesquisa sobre os benefícios de 15 minutos de recreio para o rendimento de crianças na escola ou sobre o poder de "genes gay" (supostamente responsáveis pela gentileza e pela sensibilidade) para atrair mulheres. Nesses e em outros casos tempo e dinheiro foram gastos para demonstrar fatos óbvios ao senso comum, ou para trazer resultados inúteis. Ao fim do artigo ela aponta uma de suas fontes: uma entrada da wikipedia sobre o prêmio "IgNóbel" - uma paródia do prêmio Nobel sobre pesquisas científicas "cômicas".
Mas a reação ao artigo foi vastamente negativa. Houve quem declarasse guerra à jornalista. Entre ameaças de patrulhamento e petardos virtuais alguns cientistas defenderam uma das pesquisas criticadas por Ruth em seu artigo - um grupo de cientistas da Universidade de Princeton "descobriu" que a visão de mulheres de biquíni desperta nos homens a mesma área do cérebro estimulada quando eles vêem objetos e ferramentas; e que a sua memória para corpos sexualizados de mulheres - sem os rostos - é mais ativa do que memória para mulheres vestidas ou homens. Ruth de Aquino seguiu a linha da reportagem na seção de Ciência do The Independent, "University of the bleedin' obvious", que também ridicularizou as obviedades da pesquisa.
Em defesa de seus colegas o editor de "Brontossauros em meu Jardim" - premiado Blog de ciência brasileiro, atacou o sentimento "anti-científico" da jornalista e defendeu a pesquisa de fatos aparentemente banais com o seguinte argumento: "o papel da Ciência é exatamente desafiar o nosso senso comum, que um péssimo parâmetro para se descobrir como funciona o nosso universo. Por essa razão, é necessário realmente testar o senso comum para ver se ele corresponde a realidade."
Um outro blogueiro cientista disse que a pesquisa não era tão trivial, afinal de contas, e que os resultados ao menos fortalecem a afirmativa de que o uso de mulheres seminuas em anúncios desumaniza as mulheres, "para além de achismos e senso comum (que podem ser contestados pelos cínicos de plantão)."
E com isso já temos fatos suficientes para levantar a questão: será mesmo que o papel da ciência seja essencialmente "desafiar o senso comum"? Cientistas precisam tomar muitas decisões antes de iniciarem uma pesquisa científica. E essas decisões que antecedem à prática científica, tanto temporalmente quanto logicamente, não são tomadas "cientificamente". Elas ocorrem no universo do malfadado "senso comum" - o mesmíssimo universo no qual se encaixam inclusive as manifestações iradas de alguns blogueiros científicos. A ciência não vive para desafiar o senso comum. Ela faz isso, muitas vezes, mas o senso comum é simplesmente o nosso habitat natural. A ciência é um útil parêntese dentro do senso comum; é uma ferramenta criada e manipulada pelo senso comum.
Pois bem: quero aproveitar o momento para defender exatamente o contrário do Blog supracitado: que precisamos sim de pesquisas como aquela de Princeton (discordando de Ruth de Aquino); só que não para substituir, mas antes para retornar ao senso comum - e ao conhecimento não-científico de um modo geral.
É inegável que os resultados da pesquisa em questão sejam uma evidência empírica que pode ser usada contra o setor publicitário, por exemplo, para defender as mulheres da desumanização a que elas são expostas todos os dias; e também são uma confirmação a mais da crítica cristã ao libertinismo sexual como um posicionamento destrutivo da dignidade humana. E em termos científicos apenas, precisamos concordar: a pesquisa não foi tão trivial. Ela levantou alguns fatos interessantes. Eu mesmo já penso em aproveitá-las para alguns fins não-científicos.
Mas é impossível não perceber quão pouco econômico é o irmão perverso da ciência, o cientificismo, expresso por alguns críticos da nossa jornalista. Para pessoas que assumem a inexistência de conhecimento seguro fora da demonstração científica, o senso comum e até mesmo a racionalidade moral parecem tão indignos de confiança que não podemos em sã consciência fundar neles as nossas decisões. E assim, testemunhamos essa horrível anomalia: que não tínhamos como combater o abuso do corpo feminino na mídia, até agora. Porque? Porque nos faltava o estudo dos pesquisadores de Princeton. Faltava a voz de um oráculo científico.
O cientificismo é viciado no que eu chamaria de desperdício doxástico. Ele precisa desafiar cada crença religiosa sem base empírica, cada preceito tradicional, cada valor social, cada intuição moral, cada arrazoado sobre comportamento, de um modo quase obsessivo. Para o cientificista, podemos sustentar opiniões morais - sobre a objetificação das mulheres no mundo publicitário, por exemplo - mas não poderemos considerar tais opiniões como verdadeiras, nem tomar decisões sérias com base nelas, até que sejam testadas empiricamente. Até lá, tais opiniões não passam de cismas feministas ou fundamentalistas.
E então a gente se pergunta: não fosse o cientificismo, com sua suspeita exagerada do senso comum, será que a tal pesquisa seria realizada só para dar "base empírica" ao óbvio? Talvez, se a filosofia, a teologia e a vovó fossem tratadas com menos ceticismo, sobrassem mais verbas de pesquisa para outros assuntos.
Ora, não é isso um maravilhoso exemplo do que nos disse o bom e velho Chesterton? "O louco não é um homem que perdeu a razão. O louco é um homem que perdeu tudo exceto a razão". Loucura é isso, ser profundamente rigoroso, preciso, movendo-se sempre em um círculo lógico perfeito mas perfeitamente minúsculo de demonstrações meticulosas. Pessoas normais não aguentam viver assim de modo consistente. É cognitivamente caro demais.
A modernidade criou uma sociedade neurótica, em que fatos morais conhecidos e até bem justificados pela filosofia, pela religião ou até pelos conselhos da vovó não podem ser assumidos e aplicados na esfera pública simplesmente porque se tratam de "valores" e não de "fatos científicos", ou porque isso despertaria a atenção das patrulhas céticas ou agnósticas do mundo acadêmico. Os modernos suspendem o juízo moral, mesmo quando já estão à beira da morte, só porque um paper decisivo sobre o assunto ainda não foi publicado. Prendem a respiração para evitar intoxicações não-científicas, como se cessar a respiração fosse uma coisa inócua.
Mas enfim, se pudermos convencer algumas pessoas a voltarem a respirar, está bem. Pesquisas sobre as bases neurológicas da moral, ou sobre os benefícios de certos valores na vida humana (para dar alguns exemplos) podem ser usadas por pessoas normais como evidências de que precisamos dar mais ouvidos ao senso comum, à sensibilidade moral, à filosofia e à religião.
Nesse caso, Ruth de Aquino está errada. Pesquisar o trivial pode ser útil quando não temos mais olhos para ver nem ouvidos para ouvir.
E ela não está errada somente por isso. Um grave perigo potencial no artigo da Época foi apontado por alguns cientistas: que estamos num país que investe pouco em ciência e não valoriza adequadamente os seus pesquisadores. Por esse ângulo, o artigo é um desserviço.
Quanto aos cientistas, eles estão certos quando defendem o dever da ciência de investigar o aparentemente óbvio e descortinar as sutilezas inesperadas da realidade; mas estão desorientados quando pretendem demolir e refazer o universo humano na base da prova empírica. Os erros da jornalista não chamarão mais a atenção do grande público do que a misantropia de alguns cientistas que se sentem atacados por dar pouco valor ao senso comum e ainda conseguem se enxergar dentro das críticas ralas de Ruth de Aquino.
Em suma, a jornalista da Época e os seus críticos estão certos e errados ao mesmo tempo, por razões diferentes. Talvez o imaginário de alguns cientistas precise mesmo de uma boa dose de senso comum, e eu diria mais - de filosofia e de conhecimentos não-científicos. Não para interromper a ciência, mas para levantar questões mais interessantes.
E talvez precisemos realizar essas pesquisas "triviais" não para substituir, mas para chamar a sociedade de volta à razão não-meramente-científica e ao senso comum. Afinal, é deste solo que nascem as boas questões.
domingo, 22 de março de 2009
Espaço Religião & Ciência na Ultimato
Caros leitores,
A Revista Ultimato disponibilizou um espaço semanal dedicado a temas de Religião e Ciência. Fiquei de editor do espaço, que será dedicado a notícias sobre o campo, artigos populares (nacionais ou traduzidos) e comentários críticos. Temos já uma mensagem de abertura e um artigo de John Polkinghorne disponíveis:
As Muitas Relações entre Ciência e Religião
O Debate entre Religião e Ciência: Uma Introdução (John Polkinghorne)
Para quem quiser, o original e a tradução do artigo de Polkinghorne estão disponíveis em PDF no site do Faraday Institute.
A Revista Ultimato disponibilizou um espaço semanal dedicado a temas de Religião e Ciência. Fiquei de editor do espaço, que será dedicado a notícias sobre o campo, artigos populares (nacionais ou traduzidos) e comentários críticos. Temos já uma mensagem de abertura e um artigo de John Polkinghorne disponíveis:
As Muitas Relações entre Ciência e Religião
O Debate entre Religião e Ciência: Uma Introdução (John Polkinghorne)
Para quem quiser, o original e a tradução do artigo de Polkinghorne estão disponíveis em PDF no site do Faraday Institute.
quinta-feira, 12 de março de 2009
O Desespero
Como é possível? Que a força por trás de coisas tão diferentes seja a mesma angústia profunda, o mesmo abismo de desespero?
Por trás da paixão do adolescente e da paixão do adulto; por trás da excelência do músico, e por trás do indomável homem de negócios (a coisa mais parecida com um caubói em nosso pacato capitalismo urbano); por trás do rigor da mente e da tolice, da devoção religiosa e do ateísmo;
Por trás da paixão do adolescente e da paixão do adulto; por trás da excelência do músico, e por trás do indomável homem de negócios (a coisa mais parecida com um caubói em nosso pacato capitalismo urbano); por trás do rigor da mente e da tolice, da devoção religiosa e do ateísmo;
da fealdade profunda, e da beleza na superfície;
O desespero, conhecido ou ignorado. O desespero sem amor, já o disse Kierkegaard. Sim, foi uma revelação enxergar o desespero que move o amor romântico, tal qual Ungoliant, o ser maligno que secou Telperion e Laurelin, as Duas Árvores de Valinor, e nem assim saciou-se.
Deus, faz-nos ferver de desespero (se preciso for) até que todos os nossos ídolos se derretam.
E o ouro puro da esperança só reste
no coração daquele que confia em ti.
Assinar:
Postagens (Atom)